segunda-feira, 16 de novembro de 2009

pequenos caos

e é aqui que se reflete todos os pequenos caos:
a tranquila,
confusa,
e embarazada
vida(s).

domingo, 15 de novembro de 2009

visibilidade



cada palavra pesa. porque num momento de mudanças, parece que colocam a seguinte suposição de que não deve mais ter o que antes era. e daí, se desfazendo e refazendo esses pedaços, quem a gente se torna? e quem virá para ver quem a gente se tornou? é cabível? adequado? qualquer mínimo gesto comparado a outro e repensado. como a chave para tantos outros. e se tivesse que seguir a seqüência certa do cofre que nem se sabe se é. mas vai seguindo. o que virá a ser é um grande mistério.

(porque parece que agora é visível que é alguém e, por isso,)

e ficar nesse emaranhado de todas as coisas.


...é que todas elas falam ao mesmo tempo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

manual para não se cair em abismos profundos


1º passo:
ao se deparar com a vastidão:
corra
ou siga.
obs: ao se permitir observá-la, normalmente ela corre e (te) segue.


2º passo:
tenha a segurança de ao se mergulhar
manter o foco.
ocorrem algumas confusões na queda.


3º passo:
é confuso.
você não sabe se vai e volta.
ou chega e parte.
não muito importante, também, na verdade.
o ínterim até os pontos costuma ser
inerentemente invisível.


4º passo:
escrever no caos, entontece.


5º passo:
mas se encontrar verdadeiramente
abismo
é hipnotizante e a beira não é aconselhável.
viver de metade, meio mais ou menos será.


6º passo:
se ao encontrá-lo, não entender bulhufas
é o caminho
(certo/ errado/ inédito/ determinado/ justo/ arraigado/ forjado/ perfeito/ incompleto/ mastigado/ nutrido/ encontrado/ de pedrinhas amarelas/unidunitê/...)


7º passo:
improviso convence mais.


8º passo:
improviso e não impulsivo.
muito menos repulsivo.
mas o pulso vale.


9º passo:
cuidado!
nem sempre é preciso.
inconscientemente.


10º passo:
esqueça!
sem interesse algum
tal manual.

mas
sempre bom, afinal...


...para não se cair em abismos profundos...


Ana Luiza Moura

domingo, 2 de agosto de 2009

para não se cair...


ainda não sei.
preciso conhecer, ver melhor.
sou extremamente desconfiada com esse tal
novo.


...para não se cair em abismos profundos...

Ana Luiza Moura

terça-feira, 30 de junho de 2009

Mínimos

minha vida, já não minha.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dos dias...

que passaram por nós
que nem sequer notamos banhados nessa vontade de viver.
De estar perto.
Dias, mesmo antes de ser nomeados, já nossos...

dos dias que interfere. que invade. que manipula.
que estremece e em tudo incríveis.
dos dias que a tudo atrasa, na nossa conjectura.
que nos rouba.
dias de destino reais.

dos dias roubados, de dor, de saudade que teima.
dos dias chorados, amados, sofridos e forjados.
dias em que nada consola.
dias presos e fixos na memória.

dias com vida eterna própria, inacabáveis.
tais dias nossos, desfeitos ao encontro.
dias de confronto.

dias de encontro.
dias de mim e você.
dias sem mim... sem você.
dias de mim em você
dias de mim completo você.
dias inteiros.

dias de encontros e partidas
dias de plenitude e maravilhas
dias de consolo e abandono.
dias de mim em seu dono.

os dias os quero sim, os nossos dias...
esses quero que se repitam das maneiras mais diferentes possíveis.

Arthus e Ana

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Insônia embalada

- baseado em fatos reais -

enquanto o sono não vem
o pulsar acelerado
a ansiedade desfigurada
as encantadoras lembranças
o som da noite, do dia
a retrospectiva diária
a espera da nostalgia do futuro
o frêmito dos músculos
a canção de ninar cansada
a ausência ao lado
o carinho desejado agora

enquanto o sono não vem
encanto sonho não (vi)vem

enquanto o so...
enquan...to...


Ana Luiza Moura

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Das Fidelidades

falar, falar, falar
o que tem aqui dentro
ou o que agrada?

agradar, agradar, agradar
a opinião crítica
ou a minh'alma?

produzir, produzir, produzir
o necessário
ou o que lucra?

esquecer, esquecer, esquecer
a conta de luz
ou você?

ser, ser, ser
qualquer um
ou sofrer?

iluminar, iluminar, iluminar
uma ironia
ou a bondade?

fugir, fugir, fugir
para o mundo de ninguém
ou da Alice?

querer, querer, querer
a última moda
ou espaço?

mostrar, mostrar, mostrar
o enorme sorriso
ou o sincero?

escolher, escolher, escolher
a vida que se leva
ou a que se deseja?


Ana Luiza Moura

domingo, 31 de maio de 2009

Loading

esperando a idéia nascer.
o fogo subir.
o peito arder.
e de tudo usufruir.

esperando o tempo passar.
a hora partir.
nada muito a declarar
sem ter aonde ir.

esperando chegar aos dezesseis.
terminar os vinte.
até conseguir insensatez.
até conseguir requinte.

sem muito o que perder,
persisto esperando.
e chega até, de vez em quando,
ansiosamente viver.

Ana Luiza Moura

sábado, 30 de maio de 2009

Nada muito a declarar

É simples até. Escrever num papel em branco sem pensar em nada consistente suficiente pra expressar. É apenas aquela antiga e insatisfeita necessidade de se apresentar. Idéia, aqui estou eu. Como se na nossa cabeça tivessem diversas idéias a serem exploradas. E quando não?

blá blá blá.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Das Crises e suas complicações


como se vomitasse cada sensível idéia para não ter que vê-la no cemitério interno, nas prateleiras empoeiradas, nas gavetas trancadas, no cheiro de mofo, nas angustias descompassadas. para que fosse uma salvação, pelo mesmo, para a idéia. e não ver dias depois ela - tão nova, tão cheia de planos - tão perdida. porque nada, estava lotado demais, gritante demais.

Ana Luiza Moura

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Persistente e contínua seqüência:
ausência - presença - ausência - presença.


Ana Luiza Moura

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dos inversos

de cada pranto, mil e uma alegrias.
de cada angústia, sete dias de descanso.
de cada metade, milhares de plenitudes.
de cada vazio, minutos inteiros.
de cada dor, a cura.
de cada desvio, mais quilômetros percorridos.
de cada ausência, desfrutes de si mesma.
de cada incoerência, o colo de preferência.

de cada partida, um encontro.

Ana Luiza Moura

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Silenciosa


entre tantas palavras,
gestos e expressões,
nada mais cabia
naquela caixinha de jóias.

já havia percorrido tudo,
o mundo e tantas outras interrogações.
nada mais encaixava.

depois de muito lutar,
gritar e interceder,
encher e esvaziar,
nada mais ficara.

apenas uma única peça ainda restava,
pequena e graciosa,
que a tudo invadia e tranqüilizava...
aquela envolvente e silenciosa
paz.


Ana Luiza Moura

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pressa

-baseado em fatos reais-

Na ansiedade de ver pronto,
perdeu o caminho dos orvalhos,
ajuntou falhas de coesão,
tropeçou nos cadarços,
afogou-se nas dúvidas,
inundou-se de medo,
faltou com reflexão,
encheu-se de atos falhos,
ficou tonto.

E, só então,
respirou fundo.

Ana Luiza Moura

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Luminescência nº1


Passei por caminhos diversos.
Conheci o perverso,
o inverso,
o desconexo.

Persisto no caminho,
no linho,
no vinho,
entre e fora.

Atravessei pontes,
muralhas,
bebi das fontes
de belezas raras.

Senti pelo faro
cheiro adormecido,
um gesto raro
quase esquecido.

Continuo,
não paro.
Fazer desfazendo,
viver... luminescendo.

Ana Luiza Moura

terça-feira, 14 de abril de 2009

Descanso...


Liguei para ele para lembrá-lo de sentir bem. A cabeça rodou, rodou e senti a máscara cair. Aquele espaço do lado na cama consome, desnorteia. Depois da queda, a refletida ausência. Ausência de corpo. Prefiro até não comentar, não pensar sobre. Depois de sentir, parei e desanuviei o semblante, os olhos de dor.

Não conto histórias, vivo em uma. A espera atormenta de verdade, te faz sentir cada ínfima fibra que luta contra que implora contra que pede a.

Você pensa por cada pedaço seu, senti-se pleno e pára. A cabeça tonta ainda rodopia, ainda busca continua. Pára. Olha para tudo, foca nada. Responde tudo, recebe nada. Pára.

Chamam isso de força. Eu chamo à espera de descanso.


Ana Luiza Moura

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tempo, tempo, tempo...

perco tempo ao ficar
ao partir
ao lutar

perco tempo ao sonhar
ao iludir
ao acreditar

perco tempo me medindo
me partindo
não usufruindo

perco tempo no ir
no voltar
no expandir

perco tempo não explicando
não acalmando
não amando

perco tempo não encontrando
não entendendo
não vivendo

quanto tempo ainda me resta?


[10.08.2008]

Ana Luiza Moura

Espera

- baseado em fatos reais -


E fica assim...
A olhar a vida pela janela:
- E essa hora que não passa.


Ana Luiza Moura

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Fuga


- baseado em fatos reais -


Pensando ser sua casa a gaiola
Ela pegou a estrada e partiu
Vivia cansada daquele ambiente tão familiar,
caloroso e compreensivo.
Queria explorar o inverso: o frio, o cruel, o inóspito.
Sabe-se lá como seria.
Para não mudar de idéia, tomou uma decisão
mais ciente: Não olhar para trás.

Seguiu, subiu, surgiu...
Frias espinhosas florestas urbanas.
Não via aonde ia.
Seguia...

Seres estranhos a rodeavam...
Cheiro de carne fresca,
de sonhos vivos,
de esperança intocada,
de fé sem barreiras.
Não roubaram nada dela.
Entrou sem remorso, achando, enfim,
o grande oposto.
Os seres iam crescendo, deformando, se apossando.
Ela aceitava.
Não lutava.

Até que, um dia, sentiu uma falta tremenda.
- Cadê? Cadê? Estava aqui nesse instante.
Perguntou por si mesma aos seres, ninguém vira...
ninguém sabia onde ela tinha ido.
Percebeu.
Enquanto cultivava tamanhos seres,
se esquecera, se abandonara, se perdera.
Aquela pecinha de essência não estava.
Não vivia, não sentia.

Tomou outra decisão:
- Isso aí não sou eu.
Foi em busca de si mesma.
Entre ferrugens, entre páginas amareladas.
Se encontrou em um amor impossível.
A peça era familiar, encaixante.
- Mas não é só isso. - afirmava.

Não podia depositar o resto de esperança naquele ser tão frágil.
Era preciso zelar.
Nesse tempo já havia saído da floresta urbana.
Olhava e passava ainda pelas ruínas de uma outra cidade.
Continuava a seguir.
Se fortalecia em cada esquina,
se reencontrara e, finalmente, se amava
com aquela intensidade sublimemente inexplicável.

A guerra, a missão: ela mesma.
Arrancou as ervas daninhas,
abriu caminho,
encontrara seus reais alicerces.
Mas não se fixava.
Seguia...

Um dia, passando despretensiosamente por uma rua, reconheceu.
Parecia até cilada, armadilha.
Desconfiada, ainda, continuou.
O cheiro da grama molhada, aquele cheiro, aquela paz...
Levou um susto.
O músculo oco a tanto adormecido voltara a bater.
Sentia em cada poro, em cada gesto...
Conhecia-se, enfim.

Olhou a casa, segurou a maçaneta:
havia deixado a porta aberta.



Ana Luiza Moura

terça-feira, 31 de março de 2009

Então, né?

- Você criou um blog?
- É, deu vontade, assim, na doida. Tenho é medo do que possa acontecer. Sei lá, esse negócio de exposição não me dá muita segurança. Mas por outro lado, se o que se escreve, depois de escrito, não é mais seu, pra quê guardar? Vamos dizer que no final, pelo menos, eu tentei. Nem sei e não prometo continuar continuar continuar sempre escrevendo, afinal, as palavras são temperamentais. Sem falar na idioteca, ora bolas. Na verdade, senti a enorme necessidade de um espacinho, nem que seja aqui, numa tela. Egocêntrica? Creio que não. Não tenho tamanha vontade que o Sol gire ao meu redor. AAAAhh... é... assim... não sei.

Vamos combinar o seguinte:
eu finjo que escrevo, vocês fingem que lêem, ok?

E tudo numa brincadeira, ou não. O.o

Bem-vindos a todos (inclusive a mim também ;).